quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Amanhã fará um dia Branco.


Entre tantas vírgulas o sentido se fez perdido. Já era hora de parar, mas ainda havia tanto por fazer... Não hesitaria em prometer uma vez mais o Sol como sendo o fiel de seu segredo, caso houvesse a necessidade de, novamente, provar seu valor. Não conseguia resistir aos encantamentos de tal possibilidade e apegava-se a seus devaneios como se fossem sua última opção.


Certo era que não havia caminho que seguir. Como velhos enlatados, parecia que tudo se repetia: Lixos Humanos que legislam tentam falsamente demonstrar que representarão os tolos que lhes crêem, e mais uma vez essas tristes marionetes se escravizarão logo após a tecla verde.

Escolha? Não há.


Na Democracia vendida tem-se o direito e a obrigação ao voto, outorgando aos tolos a responsabilidade de legitimar seus algozes.

Culpados? Os tolos que os escolhemos! Como diz o discurso que vende e justifica tantas coisas, inclusive a meritocracia, “Quem errou foi quem os colocou lá! Demos poder ao povo e olha só o que ele fez... Que prestassem melhor atenção! Que culpa tenho eu se a maior vergonha do Distrito possui mais tempo do que qualquer outro candidato no horário eleitoral?


Com uma elite cega, medrosa, escrava da estética, auto denominada internacional e omissa por ser beneficiada pelo governo de direito; Uma classe média sufocada, vendida e calada à esperança do servidorismo público, que deseja ser o de cima, mas que esquece que está mais próxima do de baixo; e com as classes baixas cada vez mais entregues à sorte de Jesus, silenciadas pela polícia e pelos altos muros; caminhamos quase todos juntos rumo a um fututo nunca antes visto na história desse país, acompanhando os preparativos para 2014 e 2016, afinal somos a Vedete do Mundo...


Não lhe havia mais espaço para a vergonha. Como os poucos milhares que se importavam, pouco podia fazer... Reclamar com quem e Para quem? Uma vez que os canais existentes protegem os culpados. Nada mais lhe fazia sentido... Mas ainda haviam tantas vírgulas... tanto o que pagar e nenhuma garantia de que seu investimento não seria em vão. Com tantas promessas em curso não fazia sentido dizer mais uma. De todo modo, o Sol sairá amanhã, como sempre tem saído, e como sempre, nessas terras ditas abençoadas, fará um dia branco.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

e o dia estava lindo

"Nunca gostei do excesso de realidade(...) Na cidade eu procuro a ficção"
M.V. Faustini


tudo me lembra a poesia
e tudo me lembra dor

preciso desencharcar as entrelinhas
preciso secar a linha
diminuir as luzes
desfocar, sair do plano, até embaçar

lembra da melodia, Nelson?
lembra de encharcar as entrelinhas, D?

Da cidade vazia
da W3, 3 com W
tudo me lembra o plano
cartesianamente desfocado
debochado
decotado

***

onde a cor não tem razão.