Por mais que houvesse
forças que lhe impusessem um caminho que seguir, ainda assim buscava por uma
vida possível, que cumprisse com suas obrigações, mas que não fosse roubado o
tempo de ser ela mesma. Podia suportar quase tudo, menos abrir mão de ser quem
era. Não que fosse alguém importante, mas se o percurso para se tornar algo ou alguém levasse a uma omissão ou negação de si, significaria que esse destino não
era digno de ser trilhado.
Desejava ser vista como
uma princesa de um reino só dela, mas se esquecia de ou não sabia se vir como
tal. Fazia os pedidos mais impossíveis, mesmo sabendo que nada é tão simples e
que o almejado nunca vem apenas com uma faceta. Queria se apaixonar novamente,
ter alguém para caminhar ao seu lado, mas sempre lhe parecia que os antigos
erros e escolhas voltariam a aparecer.
Não desejava permanecer
ali por muito mais tempo. De algum modo, algo a impelia a seguir, a não fixar
raízes, a não se aproximar. Nunca explicara seus reais motivos. Nunca dissera por
que veio. Sua própria presença era um mistério. Talvez seus motivos fossem
insignificantes, talvez revelassem tudo. O fato é que não havia como lhe
acompanhar. Estava sempre um passo à frente, sempre com o escudo levantado,
sempre preferindo a distância.
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