
encaracola
encaracolá-me em seus olhos
sem
por
em
com densos cachos
me equivoco
confundo dor
essa cor
me cega
um instante
não entendo
o que passou
desprego
esqueço meus restos
veto todo sou
te enxergo
não é tudo que eu quero
e que se dome o amor

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Entre tantas vírgulas o sentido se fez perdido. Já era hora de parar, mas ainda havia tanto por fazer... Não hesitaria em prometer uma vez mais o Sol como sendo o fiel de seu segredo, caso houvesse a necessidade de, novamente, provar seu valor. Não conseguia resistir aos encantamentos de tal possibilidade e apegava-se a seus devaneios como se fossem sua última opção.
Certo era que não havia caminho que seguir. Como velhos enlatados, parecia que tudo se repetia: Lixos Humanos que legislam tentam falsamente demonstrar que representarão os tolos que lhes crêem, e mais uma vez essas tristes marionetes se escravizarão logo após a tecla verde.
Escolha? Não há.
Na Democracia vendida tem-se o direito e a obrigação ao voto, outorgando aos tolos a responsabilidade de legitimar seus algozes.
Culpados? Os tolos que os escolhemos! Como diz o discurso que vende e justifica tantas coisas, inclusive a meritocracia, “Quem errou foi quem os colocou lá! Demos poder ao povo e olha só o que ele fez... Que prestassem melhor atenção! Que culpa tenho eu se a maior vergonha do Distrito possui mais tempo do que qualquer outro candidato no horário eleitoral?”
Com uma elite cega, medrosa, escrava da estética, auto denominada internacional e omissa por ser beneficiada pelo governo de direito; Uma classe média sufocada, vendida e calada à esperança do servidorismo público, que deseja ser o de cima, mas que esquece que está mais próxima do de baixo; e com as classes baixas cada vez mais entregues à sorte de Jesus, silenciadas pela polícia e pelos altos muros; caminhamos quase todos juntos rumo a um fututo nunca antes visto na história desse país, acompanhando os preparativos para 2014 e 2016, afinal somos a Vedete do Mundo...
Não lhe havia mais espaço para a vergonha. Como os poucos milhares que se importavam, pouco podia fazer... Reclamar com quem e Para quem? Uma vez que os canais existentes protegem os culpados. Nada mais lhe fazia sentido... Mas ainda haviam tantas vírgulas... tanto o que pagar e nenhuma garantia de que seu investimento não seria

Quantos mundos resolveram aparecer assim, de repente? Nenhum deles possui domínio sobre os demais, ao passo que todos se chocam e fazem uma desmedida confusão naquilo que nunca teve ordem.
- Siga em frente, diz a voz.
Mal sabe ela que não há para onde seguir. Essa frente apenas aponta praquilo que jamais foi sonhado, um derradeiro e triste fim para toda paixão que um dia já pôde existir.
Não se trata do quê poder, nunca se tratou, é algo mais além que, sem ter conhecimento, carrega, sem piedade e sem esperar, a tudo e a todos.
- Siga em frente, aconselha a voz.
- Como?
Como aprender o que é desnecessário e ter de esquecer o que é fundamental?
Nada é por acaso e ainda assim segue esperando. É até engraçado. De tão trágico se torna engraçado.
Aquilo que o constitui nunca é levado em conta sendo, aos poucos, esquecido; como todas as coisas que perdemos pelo caminho.
Ela se deu conta e se desesperou ao ver tudo ser carregado. A desilusão se fez presente...
- Siga em frente, insiste a voz.
Ele percebeu-se fragmentado pelos tantos papéis que desempenhava, sendo que nenhum era mesmo ele.
- Siga em frente e seja gentil, profetiza a voz.
Quanta confusão é possível antes do amanhecer?
Seu rosto muda como mágica, as rugas desaparecem e surge em seu lugar o que todos querem ver.
Ele cansou de ver tudo ser levado, mas impotente nada pode fazer; e como um tolo, segue esperando...
- Siga em frente, pontua a voz.
Ninguém mais consegue.
- Siga em frente, sussurra a voz...