Quantos mundos resolveram aparecer assim, de repente? Nenhum deles possui domínio sobre os demais, ao passo que todos se chocam e fazem uma desmedida confusão naquilo que nunca teve ordem.
- Siga em frente, diz a voz.
Mal sabe ela que não há para onde seguir. Essa frente apenas aponta praquilo que jamais foi sonhado, um derradeiro e triste fim para toda paixão que um dia já pôde existir.
Não se trata do quê poder, nunca se tratou, é algo mais além que, sem ter conhecimento, carrega, sem piedade e sem esperar, a tudo e a todos.
- Siga em frente, aconselha a voz.
- Como?
Como aprender o que é desnecessário e ter de esquecer o que é fundamental?
Nada é por acaso e ainda assim segue esperando. É até engraçado. De tão trágico se torna engraçado.
Aquilo que o constitui nunca é levado em conta sendo, aos poucos, esquecido; como todas as coisas que perdemos pelo caminho.
Ela se deu conta e se desesperou ao ver tudo ser carregado. A desilusão se fez presente...
- Siga em frente, insiste a voz.
Ele percebeu-se fragmentado pelos tantos papéis que desempenhava, sendo que nenhum era mesmo ele.
- Siga em frente e seja gentil, profetiza a voz.
Quanta confusão é possível antes do amanhecer?
Seu rosto muda como mágica, as rugas desaparecem e surge em seu lugar o que todos querem ver.
Ele cansou de ver tudo ser levado, mas impotente nada pode fazer; e como um tolo, segue esperando...
- Siga em frente, pontua a voz.
Ninguém mais consegue.
- Siga em frente, sussurra a voz...
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