sexta-feira, 30 de abril de 2010

Referências e Reverências.


O Castigo para o Crime é algo posto de lado, a memória é fraca e a Vida, que parece não ser tão Bela, cobra-lhe um ritmo inconteste que não permite se olhar mais além das aparências.

Cansado de tanto Ter Que Atirar Com Esse Arco e Flecha sem nada atingir, começa a se perguntar se tudo não seria uma Grande Ilusão. Por suposto seguem os discursos sobre a Democracia na América, mas essa não é a terra das oportunidades como tanto se vende nos Anúncios de Tv.

Entre Umas e Outras, sentia vontade de ser Replugado. Ouvira seu professor orientador lhe dizer anos atrás que não sabia exatamente o porquê que seus alunos haviam escolhido esse caminho. Sinceramente nem mesmo os alunos o sabiam, no entanto, acreditavam, com uma bela ignorância, que sim. Tão ingênuos, tão tolos... Ao fim, aprenderam coisas, coisas que não permitem voltar atrás, coisas que decifram os erros e destroem a credibilidade nos homens.

Por Que Não Tomei a Pílula Azul ao invés da Vermelha? – pensou ele - Por que quis Ver Até Onde Ia a Toca do Coelho? Não me arrependo de minha escolha, claro, mas seria bom Sentir o Gosto da Carne e do Vinho uma vez mais ao invés desse Compensado de Nutrientes.

Sentia-se um Idiota, apesar de Não Ter Feito Nenhuma Idiotice. Sabia que tudo era fruto de um Gene Egoísta que regulava tanto a Economia como a Sociedade. Tudo fora obra de um Processo que não Compreendia. Fora Arrastado até ele, Submetido, Julgado Culpado por Pessoas que Nunca Conhecera, por Tribunais que Nunca Ouvira Falar. Tornou-se um Outsider por nunca ter se Estabelecido.

Parecia que todos estavam cegos de uma espécie de Cegueira de Luz Branca. Tão Orgulhosos, tão Preconceituosos, pensou. Mal sabia ele que seria Necessário Uma Experiência de Sete Solidões, ou seriam Cem Anos?

- O Mundo É Teu - diz saudoso em sua Carta Ao Pai - mas não te esquece que te Tornas Responsável pelo que Cativas, sendo assim, Retorna como um Rei, O Invencível Cavaleiro das Trevas, e assume teu lugar de direito. Sê Aquele para o qual treinaste toda uma vida para ser. Eles São a Doença e Tu És a Cura. Ergue-te uma vez mais como um Titã. E sê o salvador para esse povo moribundo.

Os Ventos da Liberdade, havia algum tempo, sopravam a seu favor. Contente com seu novo caminho desejava pela primeira vez poder fazer as coisas de um modo diferente.
Já era seu Tempo de Voltar.

Naquela manhã, para começar, Disse Que Ela Própria Iria Comprar as Flores, num rompante de determinação há muito não visto. Por outro lado, Desejava ter um Teto que fosse Todo Seu, mas por hora aceitava a condição que lhe fora imposta. Não queria pedir demais, afinal tudo lhe era misteriosamente novo, até lhe parecia que, de certo modo, estava Sob Um Céu que a Protegia. Sentia-se Humana, Demasiada Humana. De uma só vez pôde ajudar a todos que lhe necessitavam, tornando-se A Rainha do Reino de Consciência daquele que, já fazia algum tempo, caminhava ao seu lado.

Em seu caminho Rumo Ao Farol, pôde por fim constatar toda a Intrasitividade e Liquidez do Verbo Amar. Sem pensar duas vezes seguiu adiante sem se arrepender ou sem desejar que algo fosse diferente. Conhecia Os Sofrimentos Daquele Jovem que tanto a intrigava, mas Nunca Fora Tão Feliz como naquele momento.


- Não, Não Podemos Ser Como Eles, concluiu indignada - E nesse intento destinado ao fracasso, esquece-se que nosso Processo Civilizador foi distinto. Nosso Espirituoso Capitalismo passou ao largo de uma infundada Ética Protestante, ou seja lá qual foi a Genealogia de nossa Moral. Olhando para suas próprias experiências, Eles procuram as causas de nossas Histerias por não conseguirmos reproduzir seus modelos; mas se esquecem que, no muito das vezes, Um Charuto é Apenas Um Charuto.

Não necessitamos ser igual a eles, não podemos ser igual a eles, não conseguiríamos o ser, nem tampouco o desejamos.



Aos mestres imortais que incentivaram várias dessas linhas, meu eterno carinho e admiração.

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